Segundo relatos, cachorro teria sido espancado e envenenado por segurança da rede de hipermercados.
Um cachorro que vivia na rua foi espancado na filial de Osasco (região metropolitana da Grande São Paulo) dos hipermercados Carrefour, no dia 28/11/18. Integrantes de ONGs que defendem os direitos se manifestaram contra a violência. Revoltados, os participantes do ato público, no dia 03/12, denunciaram a atitude para os clientes da rede.
E não é de menos, não é mesmo? É realmente revoltante.
O cachorro teria sido espancado e envenenado por um segurança da rede. Ele teve as patas fraturadas e possivelmente em decorrência da hemorragia. O cão sem dono estaria procurando alimento nas lixeiras do hipermercado.
De acordo com relato de Isabela Marcelino, também ativista dos direitos dos animais, o cachorro estava rondando as imediações do Carrefour havia uma semana, em busca de comida. Aparentemente, tratava-se de um animal dócil, sem traços de violência, mas, mesmo assim, foi atacado pelo segurança, a pedido do superior do homem, que não teve ainda sua identidade revelada.
Veja também: Como denunciar maus tratos aos cães
No Facebook, Isabela postou que o cachorro foi morto a pauladas, porque alguns diretores da rede iriam visitar a loja de Osasco e o segurança queria “fazer bonito”. As ordens para matar o animal surgiram “como se não fossem nada: mandaram eliminar o cão da pior forma possível”. O post já teve 22 mil visualizações.
O inquérito
Bruno Lima, delegado do Meio Ambiente do Estado de São Paulo e deputado estadual eleito pelo PSL, abriu um inquérito na Delegacia Especial de Osasco para apurar detalhes da agressão. Ele foi ao hipermercado e ouviu testemunhas da violência. Integrantes da ONG Bendita Adoção contaram que o cachorro foi recolhido pelo Centro de Controle de Zoonoses de Osasco, mas não resistiu aos ferimentos. Outras ONGS estão se manifestando através das redes sociais.
O vereador Ralfi Silva (Podemos), defensor dos direitos dos animais na Câmara Municipal de Osasco, afirmou que irá solicitar as imagens das câmeras de vigilância da Avenida dos Autonomistas e do estacionamento do hipermercado, para anexar ao inquérito. O prefeito da cidade, Rogério Lins, também do Podemos, disse que também irá acompanhar as investigações.
Ainda no Facebook, o delegado Bruno Lima, em contraposição, afirmou que a tentativa de responsabilizar o CCZ pela morte do animal agredido é um “comunicado ridículo”, uma vez que diversas testemunhas presenciaram a agressão e comprovaram o grau de violência empregado pelo segurança.
Também nas redes sociais, o vereador Ralpi Silva também defendeu o CCZ, em nota de repúdio e indignação ao comunicado do Carrefour. Silva postou um vídeo do momento em que os profissionais do CCZ atenderam o cachorro com “muito carinho durante o resgate”.
Em vídeo no Facebook, delegado afirma que o crime não vai ficar impune:
Nota do Carrefour
Em nota, o Carrefour afirmou que repudia qualquer forma de agressão aos animais e irá acompanhar o inquérito e está à disposição para esclarecer dúvidas. De acordo com o porta-voz do hipermercado, o cachorro foi encontrado ferido e imediatamente encaminhado para a Zoonoses.
A rede de hipermercados afirmou que o vira-lata morreu porque o CCZ foi acionado diversas vezes, mas demorou para providenciar o socorro necessário. No momento da abordagem dos profissionais de imobilização, o cachorro desfaleceu em razão do uso de um enforcador, um tipo de equipamento de contenção.
O que diz a prefeitura?
A Prefeitura de Osasco informou que o Departamento de Fauna e Bem-Estar foi acionado no dia 28 “para prestar socorro a um cachorro ferido e sangrando, possivelmente vítima de atropelamento”. Ainda de acordo com a nota, somente no sábado (1º.12) o departamento recebeu denúncias de que se tratava de um caso de maus tratos.
A Defesa Animal estadual, subordinada à Subsecretaria Estadual de Defesa dos Animais Domésticos (que, por sua vez, é subordinada à Chefia da Casa Militar), afirmou que a pena para maus tratos a animais é de encarceramento de três meses e um ano, além do pagamento de multa.
Denuncie!
As leis brasileiras não são detalhadas o suficiente quando se trata de maus tratos a animais e, por isto, muitas pessoas não sabem como proceder para denunciar estas situações. As penas são brandas – de três meses a um ano –, mas, mesmo assim, a crueldade contra pets precisa ser denunciada.
A legislação varia de município para município. Alguns projetos de lei tramitam no Congresso Nacional, mas ainda serão motivo de muita discussão até que se tornem eficazes.
As maiores vítimas são animais silvestres, que são traficados para os grandes centros urbanos e comercializados entre pessoas desavisadas. A aquisição de serpentes, papagaios e araras, por exemplo, quase sempre é feita à revelia da lei. Os tutores responsáveis devem recusar os animais sem certificação de procedência: é o primeiro passo para impedir os maus tratos e as más condições de transporte.
Os animais de estimação têm direito a cinco liberdades mínimas:
- liberdade do medo e do estresse;
- liberdade da fome e da sede;
- liberdade do desconforto;
- liberdade da dor e das doenças;
- liberdade para expressar seu comportamento natural.
Dependendo da cidade onde você vive, existem delegacias especializadas em maus tratos aos animais. Caso você não encontre a disponibilidade deste serviço, as denúncias podem ser feitas em qualquer delegacia de polícia ou nos Centros de Controle de Zoonoses, na Vigilância Sanitária, na Promotoria de Justiça do Meio Ambiente, no Ministério Público ou no Ibama.
Abandono, mutilação (o que inclui o corte estético de orelhas e caudas), envenenamento, espancamento, falta de higiene, privação de alimento, espaço inadequado, criação de rinhas de cães e galos, tração de carroças, são algumas das situações que podem gerar um boletim de ocorrência.
É importante coletar provas. Isto pode ser feito com fotografias e vídeos das condições degradantes ou que expõem os pets a riscos. Anote datas e horários. Se você conhecer um médico veterinário, peça para ele avaliar as condições.
As denúncias podem ser feitas por um ou mais vizinhos, mas é o Estado (prefeitura, governo do Estado ou a União) que irá proceder ao inquérito, porque, de acordo nº 24.645/1934, todos os animais do país, domésticos ou silvestres, são tutelados pelo Estado. Desta forma, o nome dos denunciantes nem sequer aparecerá nos processos.
No Estado de São Paulo, as testemunhas podem contar com a Delegacia Eletrônica de Proteção Animal, que garante o sigilo dos denunciantes. Os fatos anômalos podem ser registrados pela internet. Ao cadastrar os fatos presenciados, é gerado um protocolo, para que as testemunhas possam acompanhar o andamento das denúncias.
Vamos atualizar a notícia assim que novas informações forem surgindo. Estaremos em nossas redes sociais cobrando justiça, para que os maus-tratos aos animais acabem.
Fonte: www.caesonline.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui seu comentário com sugestões para melhorara esse Blog.