Cheirar cocô alheio anônimo não é das coisas mais agradáveis do mundo. E chinelos não estão entre os itens mais saborosos do supermercado para uma sessão de mastigação. Mas seu cachorro insiste em amar as duas coisas. A lista de comportamentos curiosos dos cachorros é infinita, começando em coisas que eles têm muito em comum com seus donos humanos e terminando em costumes inexplicáveis. A GALILEU foi atrás de explicações científicas para alguns deles.
1. Aquele olhar pidão de cortar o coração
Ninguém resiste às pálpebras lacrimejantes de um cão quando seu olhar encontra um frango de padariao. De fato, qualquer cachorro é capaz de ganhar com facilidade um concurso de jogo do siso. Mas o que, além de fome, desencadeia esse olhar 43?
Testes feitos com cavalos já haviam revelado que esses animais tendem a olhar por mais tempo para situações que quebram expectativas. Eles deram, por exemplo, mais atenção a uma cena em que um cavalo entrava em no celeiro e um animal diferente saia que a uma cena em que o mesmo cavalo saia do local depois de algum tempo.
Cachorros, por outro lado, parecem não cair nessa. Em outro experimento, exemplares do melhor amigo do homem foram expostos a duas imagens: uma de um cão feliz com a língua para fora e outra de um animal bem nervoso, mostrando os dentes. Soltaram, então, áudios de latidos felizes e grunhidos nervosos, e eles fizeram o oposto dos cavalos: concentraram o olhar na expressão que batia com o som. Os resultados estão em artigo publicado na Biology Letters.
2. Aquela facilidade com que ele vira a barriga para ganhar carinho
2. Aquela facilidade com que ele vira a barriga para ganhar carinho
Cachorros são muito oferecidos. Se percebem que o afago é enfático, logo viram a barriga para o alto para ganhar uma cosquinha extra, mesmo quando o benfeitor em questão é um estranho na rua. O mais legal é que a ciência também acha: estudos comprovam que, no ranking de preferências dos cães, primeiro vem o carinho, depois os elogios e, só então, comida. Você pode ler a matéria na GALILEU, e também pode checar as conclusões direto na revista científica Behavioural Processes.
3. Aquele momento em que você tem certeza de que ele entendeu o que você disse
Cachorros são bons em obedecer a comandos depois que são adestrados, claro. Muitos sabem sentar, deitar e rolar depois de algum treino. Mas o mágico é que eles também atribuem significado a palavras simbólicas sem serem estimulados.
Isso ocorre por um processo chamado inferência (uma espécie de dedução), idêntico ao usado por crianças quando precisam descobrir o significado de uma palavradesconhecida. Em outras palavras, eles associam um objeto a sua função em um contexto. Pode parecer muito óbvio que um animal, após ouvir a palavra “passeio” associada à coleira tantas vezes, passe a abanar o rabo ao ouvir a palavra mesmo quando o objeto não está na mão do dono.
Mas não é: eles são uma das únicas espécies comprovadamente capazes de fazer isso, afirmam Brian Hare e Vanessa Woods no bestseller do New York Times "The Genius of Dogs" (A Genialidade dos Cães, sem tradução brasileira).
4. Aquele bocejo que ele dá logo depois de você
4. Aquele bocejo que ele dá logo depois de você
Que bocejos são contagiosos você já sabia. Mas talvez não soubesse que o contágio é tão intenso que atinge até outras espécies. Da mesma forma que é só alguém bocejar na catraca para o ônibus virar um festival de bocas abertas, se você der aquela ventilada no cérebro na frente do seu cão ele provavelmente fará igual. A conclusão é de um estudo publicado na revista científica Biology Letters por veterinários da Universidade de Londres.
5. A preocupação que ele parece ter com crianças pequenas
Humanos têm tendência a cuidar dos filhotes de outros mamíferos. Isso é instintivo: um bebê catioro tem traços similares aos de um bebê humano, como aqueles olhões simpáticos e a testa larga. E todo mundo quer cuidar de uma criança, afinal, elas garantem a continuidade da espécie. Acontece que a lenda de Rômulo e Remo não estava assim tão errada, e o oposto é verdade: os cães reagem ao choro de nossas crianças da mesma maneira que uma mãe preocupada. Na verdade, é um instinto compartilhado por todos os mamíferos. A revelação é de um estudo publicado na The American Naturalist por pesquisadores de duas universidades americanas. Este outro, da Behavioural Processes, reforça as conclusões.
Fonte: Revista Galileu
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